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Denúncias de fraude, provas técnicas e depoimentos contraditórios ampliam questionamentos sobre a versão oficial do caso Gabriel Lincoln
A morte de Gabriel Lincoln, adolescente de 16 anos atingido por um tiro nas costas durante uma abordagem policial em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, segue repercutindo e gerando controvérsia. O caso voltou a ganhar destaque após reportagem exibida pelo programa Domingo Espetacular, da Record, no último domingo (21), que apresentou entrevistas com os pais da vítima, advogados da família e da defesa, além de vídeos da perseguição e trechos do depoimento do sargento Alex Melo Santos, autor do disparo.
As novas revelações apontam suspeita de fraude processual. Segundo a defesa da família, dados de geolocalização indicam que o sargento teria buscado, em casa, o revólver calibre 38 supostamente usado por Gabriel, para apresentá-lo como prova da ocorrência. O exame residuográfico e a análise de DNA afastaram a hipótese de que a arma tivesse sido manuseada pelo adolescente. Uma fotografia antiga do policial portando um revólver semelhante reforça a suspeita.
Apesar das evidências, a Polícia Civil de Alagoas indiciou o militar por homicídio culposo, que ocorre quando não há intenção de matar. A conclusão foi contestada pelo Ministério Público, que ofereceu denúncia por homicídio qualificado com dolo eventual, sustentando que o policial assumiu o risco de matar ao atirar pelas costas, sem chance de defesa à vítima.
O depoimento do sargento Alex traz ainda mais contradições. Ele afirmou que Gabriel realizou manobras perigosas de moto e que teria sacado uma arma durante a perseguição, justificando a reação policial. No entanto, testemunhas e exames técnicos desmentem essa versão. Além dele, outros dois PMs que participaram da ação — Cláudio Mychel Marques dos Santos e Jordy Moreira de Macena — foram indiciados por fraude processual.
O caso aconteceu em 3 de maio de 2025. Gabriel, que estudava pela manhã e ajudava a família em uma pizzaria à noite, foi perseguido por policiais após não parar em uma abordagem. A ação terminou com um tiro fatal pelas costas do jovem. Doze testemunhas apresentaram versões que divergem da narrativa oficial, reforçando a cobrança por justiça.