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Será realizado em Palmeira dos Índios nos próximos dias 17 e 18 o primeiro festival de Cultura popular. A realização é da MCL produções e eventos e o projeto homenageia Jacinto Silva.
O produtor cultural Marcone Correia disse que a “intenção de realizar um evento com artistas alagoanos, tendo como referencial a obra do palmeirense Jacinto Silva, se deve, em primeiro lugar, ao fato de que ano passado 2021 completou duas décadas do falecimento daquele que foi o criador do coco sincopado, estilo que conjugava em um tempo musical restrito abordagens complexas de elementos composicionais típicos dos artistas nordestinos (trava-língua, desafios, divisões variadas, disputas, improvisações, rimas rebuscadas), disse
Marcone disse também que esta é uma oportunidade ímpar de mostrar ao público palmeirense o trabalho musical de artistas que receberam uma influência decisiva da música de Jacinto, de modo especial os palmeirenses Cosme Rogério com os caboclos, Ingrid Souza com o coco da nega, Mestre Jurandir Bozo, os filhos do mestre verdelinho o grupo os verdelinhos.
“Escolhemos a expressão “Cante, cantador” porque ela faz referência a uma canção de Jacinto, composta em 1969, e serve para sintetizar a intenção do projeto. Não confundimos “cantador” com a palavra “cantor”, porque, na tradição do cancioneiro popular nordestino, cantador é o cantor que lança e se submete ao desafio, ao improviso, à peleja. É alguém que canta a dor, a alegria, a saudade, o lamento e o grito de um povo que hoje parece perder a sua referência, a sua ousadia, a sua vontade de ser feliz. A expressão “Festa da Música Popular” é compreendida no sentido de celebrar as manifestações que vem do povo e são inspiradas nele, mas dá um salto significativo no caminho da arte. Nesse sentido, pensando um pouco o que foi a cidade de Palmeira dos Índios nos anos de 1950 e 1960, com seu desenvolvimento econômico e cultural, e no que ela tem representado atualmente para os seus habitantes – com poucas opções de lazer, consumo desenfreado de substâncias entorpecentes, suicídios e assassinatos por motivos banais –, a arte musical alagoana surge como uma oportunidade para que seu povo se reconheça nela, resgate referências importantes, como a vaquejada, os festejos juninos, a sanfona de oito baixos, as rodas de coco, o forró de raiz, e as diversas expressões culturais que constituem esse universo simbólico”, disse o produtor cultural.
O projeto foi inscrito no edital Dinho oliveira um dos instrumentos lançados através da lei Aldir Blanc no estado de alagoas no ano de 2020, o qual o foi selecionado pra execução em 2021, mas devido ainda à continuação da pandemia, só esta sendo possível a realização agora. Aproveitando o momento e lançando também a MCL produções e eventos, uma produtora voltada para valorização apoio e divulgação das artes diversas e da cultura popular.
“Esperamos, portanto, que a concretização deste projeto – que tem na arte musical de Jacinto Silva o mote principal – possa recuperar/divulgar o trabalho de artistas talentosos, criativos e preocupados em fazer da música nordestina uma trincheira de resistência no processo de construção da identidade do povo brasileiro”, finalizou Marcone.