O saldo da tão comentada reunião entre os vereadores de Palmeira dos Índios e o ex-prefeito Júlio Cezar, o “ex-imperador”, ocorrida ontem (11), foi, como era de se esperar, marcado por impasses, trocas de farpas e muita expectativa. Segundo fontes ouvidas com exclusividade pela Tribuna do Sertão, a conversa, que deveria tratar da governabilidade da gestão da prefeita Luísa Duarte (MDB), terminou com uma longa lista de exigências jogada no colo do ex-prefeito, que, na prática, é quem dá as cartas e manda na Prefeitura, mesmo sem o título oficial.

A negociação escancarada por cargos coloca em xeque o discurso de moralidade e independência que os vereadores alardeavam até poucos dias atrás. Muitos diziam publicamente que só conversariam com a prefeita de direito e de fato, mas não cumpriram a palavra e, ao final, sentaram à mesa com Júlio Cezar, o verdadeiro “prefeito de bastidor”, segundo as mesmas fontes.

Vereadores entregam lista de exigências ao ex-imperador

Diante do prolongado impasse e da ameaça iminente de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), os vereadores exigiram de imediato o atendimento a uma extensa pauta de reivindicações. Na lista, estão áreas estratégicas e de muito interesse político:

• Centro Médico de Especialidades
• Gestão do Bolsa Família
• Secretaria de Agricultura
• E outras pastas e programas relevantes do Executivo municipal

O recado foi claro: ou a prefeita Luísa Duarte (leia-se Júlio Cezar) atende as demandas ou os vereadores vão tirar a CEI do papel e abrir uma investigação formal contra o governo municipal.

Ex-imperador teria admitido aos edis dificuldade em “dobrar” a tia-prefeita

Segundo relatos obtidos pela Tribuna do Sertão, o próprio Júlio Cezar teria confidenciado aos vereadores que está tentando convencer a tia, a prefeita Luísa Duarte, a ceder aos pedidos, mas que tem encontrado resistência. Ou seja, o ex-prefeito confirma, sem rodeios, que é ele quem negocia e busca “acertar” com a base, numa clara demonstração de que a prefeita segue refém do sobrinho e não comanda a gestão de fato.

Governabilidade comprada: quem paga a conta?

O episódio revela o verdadeiro cenário da política de Palmeira dos Índios: uma gestão travada, refém de um jogo de interesses, onde a governabilidade é moeda de troca e os interesses do povo ficam em último plano.

A população, que esperava da nova prefeita uma gestão diferente, assiste agora a mais um capítulo vergonhoso da velha política, em que acordos de bastidor, loteamento de cargos e ameaças de investigação são usados como moeda.

A pergunta que fica: se a CEI não for aberta, qual será o preço pago com o dinheiro público para manter o silêncio dos vereadores? Quantos cargos, secretarias e favores?

A Tribuna do Sertão seguirá de olho e abre espaço para manifestação da prefeita Luísa Duarte, do ex-prefeito Júlio Cezar, e dos vereadores envolvidos nas negociações. A população de Palmeira dos Índios merece saber a verdade sobre quem realmente governa o município e o que está sendo negociado por trás das cortinas do poder.

Enquanto isso, a cidade segue parada, sem solução para os problemas reais da população, enquanto políticos brigam por fatias do poder.